A vasta biblioteca de seu pai era seu brinquedo favorito. E foi daí que veio o gosto pela palavra e a miopia precoce. Vivia trancado no quarto devorando o “Livro dos Porquês” do “Tesouro da Juventude”. Inventava histórias fantásticas que, transformadas em gibis, e com desenhos do próprio Raul, eram vendidos ao irmão caçula, Plininho (Plínio Santos Seixas, três anos mais novo). Melô era o personagem central de suas histórias, um cientista louco que viajava no tempo com figuras históricas, Deus e o Diabo.
“Eu estava muito preocupado com a filosofia sem o saber (isto é, eu não sabia que era filosofia aquilo que eu pensava). Tinha mania de pensar que eu era maluco e ninguém queria me dizer. Gostava de ficar sozinho. Pensando. Horas e horas. Meu mundo interior é, e sempre foi, muito rico e intenso. Por isso o mundo exterior naquela época não me interessava muito. Eu criava o meu.”No ano de 1954, Raul ganhou seu primeiro violão, presente dos pais, ao qual, a princípio, ele não deu muita importância. Porém, pouco a pouco, foi dedilhando e, sozinho, aprendeu a tocar algumas músicas, acabando por se apaixonar pela novidade.
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